Amanhã ela deixa de ser solteira e vai estar Linda de morrer no papel de Noiva. O Vestido fica-lhe a matar, a pulseira (oferecida pela Madrinha) é linda e nela ficará ainda mais. O Cabelo vai de certeza combinar na perfeição com tudo o resto. Cada detalhe, pensado ao pormenor, vai ser apreciado por todos e permanecerá nas nossas memórias.
Sei que deveria ter um entusiasmo maior que aquele que tenho tido mas na verdade os casamentos hoje, na maioria dos casos, já não são o que eram...
Já não existe o nervoso miudinho de largar a casa dos Pais naquele dia pensado durante longos meses nem tão pouco o medo, receio ou curiosidade da noite de núpcias.
Já não se fazem listas de casamento infindáveis para mobilar e equipar a casa alugada... Hoje não. Hoje a maior parte dos casais que casa o que pretende é uma festa e a assinatura de um papel porque na verdade já têm tudo o resto.
As casas compradas já estão mobiladas e equipadas até à exaustão. Já vivem juntos há tempo suficiente para em muitos casos saberem que o passo que estão a dar é longo demais para as curtas pernas da vida que têm mantido a dois.
Já não se perde tempo no detalhe da lista de casamento. Coloca-se a lista numa agência de viagens para ir até ao Brasil, à República Dominicana, ao México, às Maldivas e pos aí... e pede-se dinheiro... Não se pede... mas como não há lista, não resta alternativa! Confesso que odeio entregar um envelope como presente mas os casamentos actuais impõem-no! O bouquet é feito por "estilistas florais" e escolhe-se a cor da flor... Não é a cor da natureza, é a cor química de acordo com a cor da pérola que existe na manga do vestido que custou 2.500€... e como o bouquet é tão perfeito e tão à imagem e semelhança da noiva toma lá mais 200€... Já perceberam não é? Fico doente com o negócio gerado à volta de um momento que para ser bonito não tem de ser caro e muito menos "mediático".
Gosto de casamentos à antiga. Daqueles em que a noiva e o noivo ainda não partilham uma casa. Que saem de casa dos Pais para o casamento, do casamento para a lua de mel e regressam à sua casa. A casa ainda parca em existências vai-se construído não só com aqueles objectos que figuravam da lista como com todos os outros que se vão adquirindo ao longo dos tempos. Aqueles casamentos em que ao entrar da noiva na Igreja se tocava o "Avé Maria" de Schubert, seguido de um bonito almoço que durava até às tantas e em que o baile era aberto com a noiva a dançar uma valsa com o Pai.
Dizem-me que viver juntos antes do casamento tem vantagens... Tem? Vão querer convencer-me que existem menos divórcios desde que as pessoas se casam ao fim de 2 ou 3 anos de estarem juntas? Bom... só se depois de uns anos a viver juntos e quando se pensa em casar afinal as pessoas encontram no parceiro os defeitos, que ao longo dos anos de vida em comum foram virtudes, e de repente já não casam... Ou então, o parceiro tem tantas qualidades que o melhor mesmo é casar para que estas se acentuem ainda mais mas depois... Afinal ele ainda tem mais defeitos.
O viver a dois é para mim um dos maiores desafios da vida.
O casamento, depois de anos de vida em comum é um favor que faz á sociedade. É o sonho de uma vida. É a errada sensação de pertença e domínio. E fica sempre bem vestir um vestido durante um par de horas, que custa os olhos da cara e que ficará eternamente no roupeiro e gastar dinheiro, que muitas vezes não se tem, mas que se adquire com um empréstimo, para fazer uma festa de arromba e que terá que ser muito melhor e com muito mais inovações que a anterior festa de casamento a que se foi! Depois... se dá certo ou não... Só o tempo o dirá!
Soube há uns dias por um casal amigo que um jovem casal pediu um empréstimo para realizar a sua festa de casamento. O casamento de sonho, o perfeito casamento. Eles até já viviam juntos e tudo... 6 meses estavam divorciados. Cada um para seu lado. De costas voltadas mas com algo em comum... O empréstimo para o casamento!!!
Pois que para mim casamento, já que o tradicional tende a morrer e não faz sentido no contexto actual em que as pessoas já vivem juntas, é: Um vestido llindo mas do mais simples que há porque a noiva quer-se confortável. Convidados bonitos e bem vestidinhos mas sem imposição de indumentária. Uma refeição com a qual os noivos se identifiquem. Um bouquet de flores do campo porque são do mais belo e puro que há. Uma festa com e para os amigos não no lugar da moda ou com o catering da moda mas sim naquele espaço que é para os noivos, o espaço.
Se algum dia me casarei? Pois não sei... Se calhar sim... Porque na verdade não tenho nada contra o casamento na forma... Apenas no conteúdo!
Sei que deveria ter um entusiasmo maior que aquele que tenho tido mas na verdade os casamentos hoje, na maioria dos casos, já não são o que eram...
Já não existe o nervoso miudinho de largar a casa dos Pais naquele dia pensado durante longos meses nem tão pouco o medo, receio ou curiosidade da noite de núpcias.
Já não se fazem listas de casamento infindáveis para mobilar e equipar a casa alugada... Hoje não. Hoje a maior parte dos casais que casa o que pretende é uma festa e a assinatura de um papel porque na verdade já têm tudo o resto.
As casas compradas já estão mobiladas e equipadas até à exaustão. Já vivem juntos há tempo suficiente para em muitos casos saberem que o passo que estão a dar é longo demais para as curtas pernas da vida que têm mantido a dois.
Já não se perde tempo no detalhe da lista de casamento. Coloca-se a lista numa agência de viagens para ir até ao Brasil, à República Dominicana, ao México, às Maldivas e pos aí... e pede-se dinheiro... Não se pede... mas como não há lista, não resta alternativa! Confesso que odeio entregar um envelope como presente mas os casamentos actuais impõem-no! O bouquet é feito por "estilistas florais" e escolhe-se a cor da flor... Não é a cor da natureza, é a cor química de acordo com a cor da pérola que existe na manga do vestido que custou 2.500€... e como o bouquet é tão perfeito e tão à imagem e semelhança da noiva toma lá mais 200€... Já perceberam não é? Fico doente com o negócio gerado à volta de um momento que para ser bonito não tem de ser caro e muito menos "mediático".
Gosto de casamentos à antiga. Daqueles em que a noiva e o noivo ainda não partilham uma casa. Que saem de casa dos Pais para o casamento, do casamento para a lua de mel e regressam à sua casa. A casa ainda parca em existências vai-se construído não só com aqueles objectos que figuravam da lista como com todos os outros que se vão adquirindo ao longo dos tempos. Aqueles casamentos em que ao entrar da noiva na Igreja se tocava o "Avé Maria" de Schubert, seguido de um bonito almoço que durava até às tantas e em que o baile era aberto com a noiva a dançar uma valsa com o Pai.
Dizem-me que viver juntos antes do casamento tem vantagens... Tem? Vão querer convencer-me que existem menos divórcios desde que as pessoas se casam ao fim de 2 ou 3 anos de estarem juntas? Bom... só se depois de uns anos a viver juntos e quando se pensa em casar afinal as pessoas encontram no parceiro os defeitos, que ao longo dos anos de vida em comum foram virtudes, e de repente já não casam... Ou então, o parceiro tem tantas qualidades que o melhor mesmo é casar para que estas se acentuem ainda mais mas depois... Afinal ele ainda tem mais defeitos.
O viver a dois é para mim um dos maiores desafios da vida.
O casamento, depois de anos de vida em comum é um favor que faz á sociedade. É o sonho de uma vida. É a errada sensação de pertença e domínio. E fica sempre bem vestir um vestido durante um par de horas, que custa os olhos da cara e que ficará eternamente no roupeiro e gastar dinheiro, que muitas vezes não se tem, mas que se adquire com um empréstimo, para fazer uma festa de arromba e que terá que ser muito melhor e com muito mais inovações que a anterior festa de casamento a que se foi! Depois... se dá certo ou não... Só o tempo o dirá!
Soube há uns dias por um casal amigo que um jovem casal pediu um empréstimo para realizar a sua festa de casamento. O casamento de sonho, o perfeito casamento. Eles até já viviam juntos e tudo... 6 meses estavam divorciados. Cada um para seu lado. De costas voltadas mas com algo em comum... O empréstimo para o casamento!!!
Pois que para mim casamento, já que o tradicional tende a morrer e não faz sentido no contexto actual em que as pessoas já vivem juntas, é: Um vestido llindo mas do mais simples que há porque a noiva quer-se confortável. Convidados bonitos e bem vestidinhos mas sem imposição de indumentária. Uma refeição com a qual os noivos se identifiquem. Um bouquet de flores do campo porque são do mais belo e puro que há. Uma festa com e para os amigos não no lugar da moda ou com o catering da moda mas sim naquele espaço que é para os noivos, o espaço.
Se algum dia me casarei? Pois não sei... Se calhar sim... Porque na verdade não tenho nada contra o casamento na forma... Apenas no conteúdo!
O meu cabe no que descreves como "casamento à antiga"...;o) mas que para mim é sempre actual...
ResponderEliminarO principal é ser-se feliz!...
Parece-me ver uma certa nostalgia.
ResponderEliminarSerá?
Penso que a marinha irá brilhar tanto como a noiva.
Como devem ter percebido eu queria dizer madrinha
ResponderEliminarHá algumas coisas que realmente foram cedendo ao materialismo e consumismo ao longo dos anos. Concordo contigo quanto aos casamentos, outra é o Natal. Diz lá que não era muito mais bonito quando eramos pequenitas? E não era só porque ainda acreditavamos no Pai Natal...
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