2 de fevereiro de 2012

Os Velhos

Não gosto de lhes chamar idosos. Para mim são velhos. Velhos é para mim o termo mais carinhoso.

Choro com programas como o que deu no Canal 1. Choro quando a palavra que mais ouço não é austeridade. Não é fome. Não é pobreza. Não é doença. Choro quando ouço SOLIDÃO!

Sei que nem todos os idosos estão solitários por culpa dos outros ou da falta de apoio dos outros. Sei que muitos os estão por opção e outros tantos porque a vida a isso os levou.

Este é um tema complexo. Não gosto, em nada na vida, de julgar uma parte sem ouvir a outra. Sei que em muitos casos os idosos estão sozinhos porque os filhos e família chegada pura e simplesmente não querem saber, os acham uns empecilhos, não os querem encaixar na sua rotina diária. Outros casos haverá em que um Pai que nunca o foi, quando a criança também precisou, não pode esperar que o Filho o seja.

Independentemente do que leva à solidão dos idosos é urgente que se faça alguma coisa para a combater. É urgente que a solidariedade não se centre apenas nas crianças ou na luta contra a sida ou em quaisquer outras causas com mais visibilidade.

Não é justo que alguém tenha sofrer tanto no final da vida que a memória apague alegrias passadas.

Eu tive Avós velhos. Ainda tenho uma Avó velha. Os meus velhos nunca conheceram a palavra solidão. Aprendi a amar os velhos. A ser condescendente com os velhos. A retribuir todo o amor, carinho e atenção que recebi dos meus velhos.

Tive um Avô num Lar... Num Lar e não num depósito de velhos que são coisas diferentes. Tive um avô num Lar, doente e com Alzheimer. Um avô que não nos conhecia mas que apesar disso até ao seu último dia nunca deixou de nos ver. Fui a última pessoa a ver o meu avô ao final do dia já não eram horas de visitas. Morreu numa cama de Hospital. No hospital onde tantas vezes o fui visitar, fora de horas. Porque é possível. Porque os hospitais, os lares, as instituições não cumprem as regras se isso resultar na não solidão do velho. É possível não os deixar sozinhos.

Tive um Avô que morreu em casa durante o sono. Doente. A minha Avó velha cuidou dele até ao último dia. Sozinha a maior parte do tempo. Os filhos e as netas visitavam ao final dos dias de semana e acompanhavam com mais tempo ao fim-de-semana. Nunca esteve sozinho.

Tive uma Avó velha que morreu em casa. Doente. Enquanto a minha Tia lhe dava o jantar. Esteve em casa até ao último dia. A filha cuidou dela. O genro cuidou dela. As netas cuidaram dela. Até ao último dia não soube o que era a solidão.

Eu ainda tenho uma avó velha. Tem momentos em que está sozinha. Claro que sim. Mora sozinha. Tem 87 anos. Tem-nos a todos. Não sabe o que é solidão. Nunca saberá. Não sei se morará sozinha até ao seu último dia. Não sei como será o seu último dia. Sei que não saberá o que é a solidão.

É imperativo encaixar os velhos nos nossos dias. Não é justo que não se visitem os avós nem que seja uma vez por mês. Não acredito que um filho não tenha tempo para os pais. Não os conseguem visitar, telefonem.

E quantos Avós há por aí que não conhecem os netos?

Não quero julgar. Mas sei que a falta de tempo não é o problema.

A crise de valores é que leva à solidão dos nossos velhos.





31 de janeiro de 2012

Por vezes...

... arrependo-me que este não seja um espaço anónimo para poder escrever tudo o que me vai na cabeça.


27 de janeiro de 2012

Sem título

Confesso a minha incapacidade para ouvir gente estúpida! Que fala alto com medo de não se fazer ouvir. Que não sabe ouvir os outros. Que se julga superior a tudo e a todos. Que está completamente fora da realidade actual.

É só isto!

26 de janeiro de 2012

...


E ao longo da minha vida cometi muitos erros. Fiz várias escolhas.

Não me arrependo de nenhuma das minhas escolhas.

Guardei na memória somente as partes boas.

25 de janeiro de 2012

Decididamente...

... não sou mulher de compras!

Volto a dizer que a única catedral de consumo onde me sinto verdade feliz é o Supermercado!

A maior parte das mulheres deve achar que estou louca mas é mais pura verdade.

Não tenho paciência para os Saldos. Para o despe-veste-despe-veste nos provadores. Para as compras em geral.

Não sou apaixonada por sapatos. Nem por carteiras. Adoro acessórios porque são fáceis e rápidos de comprar. Se gosto de algum modelo de roupa sou capaz de comprar de imediato em várias cores para dar para muito tempo. Aproveito roupa de amigas. Tenho roupa que ainda uso com mais de 10 anos. No geral ando arranjadinha porque de vez em quando lá vou comprando e recebendo uns trapitos!

Compro normalmente por necessidade. Quando alguma coisa se estraga ou deixa de estar em condições de ser usada.

Por outro lado sou capaz de ir ao supermercado todos os dias e adoro ver lojas com utensílios para para o lar!

E sou assim... Uma mulher que não gosta de sapatos!